O poeta tinha uma caneta, uma folha e um livro
O poeta tinha uma folha do livro
O poeta tinha uma caneta que escrevia
O poeta tinha um livro que só lia de dia
O poeta tinha uma caneta que escrevia numa folha
Que era do livro que só lia de dia
E o livro tinha uma folha que só se lia
Quando o poeta queria
Era a folha de um livro escrito por uma caneta
Que quando era de noite simplesmente não escrevia
E nas sintaxes que compunha com a caneta
Nas suas mãos o poeta o seu livro sentia
E nas linhas com que a folha ficava
Lia-se o texto que o poeta ensaiava
O poeta tinha uma caneta, uma folha e um livro
O poeta tinha uma folha do livro
E eram as linhas das folhas do livro
Que faziam o poeta vivo
O poeta tinha uma caneta que escrevia
Um livro que o poeta só escrevia de dia