Viver é morrer aos bocados,
um de cada vez
sejam eles contados
à hora, ao minuto, ano ou mês.
Será cada momento mais, ou menos,
na contagem da vida?
São pormenores pequenos,
todos os momentos vivemos de seguida...
Se for mais é na existência
em que somamos antes de subtair.
Se menos for, é na sobrevivência
e na morte, experiência a definir...
Mas morrer aos bocados
não é viver!
Sejam todos instantes dedicados
à arte do ser...
Sou fiel ao ardor,
amo esta espécie de verão
que de longe me vem morrer às mãos
e juro que ao fazer da palavra
morada do silêncio
não há outra razão.
Eugénio de Andrade
Saibam que agradeço todos os comentários.
Por regra, não respondo.