Sonetos : 

POETA

 

A bater-se com moinhos de vento
sobre o fiel cavalo imaginário
fez do seu verso seu itinerário
cegas paixões tomou por alimento

lança não teve em nenhum momento
pois de armas sempre mostrou-se contrário
trancou as mágoas todas num sacrário
dormiu nos bares sem constrangimento

perdeu mil noites em perdidas rimas
ora muito ricas ora tão comuns
devotou crença ao bom ladrão São Dimas

quando seus dinheiros eram já nenhuns
quis as palavras mais que irmãs ou primas
foi chamado louco na boca de uns

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júlio


Júlio Saraiva

 
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Julio Saraiva
 
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Enviado por Tópico
João Marino Delize
Publicado: 02/06/2008 13:47  Atualizado: 02/06/2008 13:47
Membro de honra
Usuário desde: 29/01/2008
Localidade: Maringá-
Mensagens: 1976
 Re: POETA
Gostei... Nota 10. - Poeta é quase isso ou isso mais algumas coisas.

Abraços:


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 02/06/2008 15:51  Atualizado: 02/06/2008 15:51
 Re: POETA
Olá Julio,

Gostei muito do ritmo do seu soneto e da reflexão que ele nos faz. Lembrei-me de Dom Quixote, querendo lutar com os moinhos de vento. Certa vez, escrevi que o escritor é como Dom Quixote, com a caneta em punho, lutando para demonstrar suas alucinações...bjo.


Enviado por Tópico
SOB_VERSIVA
Publicado: 24/08/2008 13:07  Atualizado: 24/08/2008 13:08
Super Participativo
Usuário desde: 01/02/2008
Localidade:
Mensagens: 107
 Re: POETA
Concordo com a poeta Helen de Rose(relembro que não gosta de "poetisa" ), e vejo acima o quadro completo...
De um Rocinante e uma Dulcineia, de um Quixote e um Sancho Pança, mas curiosamente, também vejo "o Bom Malandro" vestido de branco, dormindo, dobrado, em paz e saciado, num banco de Jardim!
Que a sua devoção a São Dimas lhe traga umas boas moedas do "garçon no prejuízo" !

Abraço Amigo!!!

Ana C. , não a filha da Santa, mas da outra :)
(Salvo seja, para quem já está lá encima, e NUNCA se chamou GENI, bem pelo contrário) :)