Ao passar por aquela porteira, senti minha terra mais perto de mim,
Eu confesso que era o meu sonho rever a fazenda onde eu me criei.
De emoção eu estava chorando porque minha angústia chegava ao fim,
Eu não via chegar o momento de abraçar meu povo que um dia deixei.
Que surpresa cruel me aguardava ao ver a fazenda que se transformou,
Os amigos que aí permanecem se mudaram tanto que nem reconheci.
Quase todos daí foram embora e a velha colônia deserta, então, ficou,
Os que ficaram não me reconheceram, pois com tempo eu envelheci.
E você, minha velha porteira, também não está como outrora deixei,
Seus morões pelo tempo corrido, já bem carcomidos, eu os encontrei.
Já não ouvi as suas batidas e o seu rangido muitas lebranças me traz.
Porteira, passaram–se muitos anos e a saudade me obrigou a voltar,
Porque aqui nesta cidade, a felicidade eu nunca consegui encontrar
E hoje, você é saudade do bom tempo de infância que não volta mais.
verde