ATO FINAL (A BAILARINA)

um pequeno descuido foi suficiente:

ela escapou

equilibrando-se na última linha do poema

rodopiou sobre a mesa nas pontas dos pés

desceu as escadas

entrou no porão

e se trancou para todo o sempre

no baú das coisas inúteis

______________________

júlio, in A Mímica do Vento, 1990

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visitante	Publicado: 01/06/2008 11:14 Atualizado: 01/06/2008 11:14
	Re: ATO FINAL (A BAILARINA) P/JULIO SARAIVA ESTE ACTO FINAL É MESMO UM FINAL BEM GUARDADO NO BAÚ DE SEU PORÃO. UM POEMA BEM PROFUNDO QUE NOS DÁ PARA REFLETIR IMAGINANDO O QUE O POETA NOS QUER TRANSMITIR. UM ABRAÇO AMIGO

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visitante

Publicado: 01/06/2008 11:14 Atualizado: 01/06/2008 11:14

Re: ATO FINAL (A BAILARINA) P/JULIO SARAIVA

ESTE ACTO FINAL É MESMO UM FINAL BEM GUARDADO NO BAÚ DE SEU PORÃO.

UM POEMA BEM PROFUNDO QUE NOS DÁ PARA REFLETIR IMAGINANDO O QUE O POETA NOS QUER TRANSMITIR.

UM ABRAÇO AMIGO

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Julio Saraiva

Publicado: 01/06/2008 12:06 Atualizado: 01/06/2008 12:06

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Re: ATO FINAL (A BAILARINA) P/KAM

Olá, Tony,

Muito obrigado pelo comentário. Este poema já está velhinho. E, por coindência, eu o tirei do baú, do velho baú, das coisas, não digo inúteis, mas quase esquecidas.

Abração, amigo,

Júlio

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Margarete	Publicado: 01/06/2008 12:10 Atualizado: 01/06/2008 12:10
Colaborador Usuário desde: 10/02/2007 Localidade: braga. Mensagens: 1199	ATO FINAL (A BAILARINA) para o mestre Júlio Excelente poema, um pedacinho que parece pouco mas que em cada letra esconde outro poema. de uma originalidade em ternura caracteristica de quem já conhece a poesia como quem conhece uma companheira de longo tempo. Um beijo em ti* mestre Júlio

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Margarete

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ATO FINAL (A BAILARINA) para o mestre Júlio

Excelente poema, um pedacinho que parece pouco mas que em cada letra esconde outro poema. de uma originalidade em ternura caracteristica de quem já conhece a poesia como quem conhece uma companheira de longo tempo.

Um beijo em ti*
mestre Júlio

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Julio Saraiva

Publicado: 01/06/2008 12:32 Atualizado: 01/06/2008 12:32

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Re: ATO FINAL (A BAILARINA) para a menina Margarete

Olá, Margarete!!!

Suas palavras me deixaram feliz. Obrigado. Esta bailarina, na verdade, existiu, sim. Era de louça, acho. E rodopiava ao som de uma música triste, num porta-jóias que era de minha mãe. Um dia deixou de dançar - quebrou. E foi então que ela foi destinada ao baú das coisas inúteis, como nós - quando envelhecemos.
Afeto,

Júlio

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RoqueSilveira	Publicado: 01/06/2008 12:51 Atualizado: 01/06/2008 12:51
Membro de honra Usuário desde: 31/03/2008 Localidade: Braga Mensagens: 8112	Re: ATO FINAL (A BAILARINA) É nas suas entrelinhas que se mede a grandeza do poeta. Este faz de um acontecimento simples e até triste, uma história terna. Beijinho

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RoqueSilveira

Publicado: 01/06/2008 12:51 Atualizado: 01/06/2008 12:51

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Re: ATO FINAL (A BAILARINA)

É nas suas entrelinhas que se mede a grandeza do poeta. Este faz de um acontecimento simples e até triste, uma história terna. Beijinho

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Julio Saraiva

Publicado: 01/06/2008 12:58 Atualizado: 01/06/2008 12:58

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Re: ATO FINAL (A BAILARINA) p/RoqueSilveira

Olá, minha irmãzinha poeta (já disse que não gosto da palavra poetisa),

É sempre bom receber um comentário seu. Como eu disse para a Margarete, esta bailarina existiu de verdade. Era de louça. Dançava num porta-jóias de minha mãe. Mas um dia quebrou e parou de dançar. A música triste parou de tocar. E eu nunca mais vi a bailarina. Aliás, vi sim - e ainda posso vê-la até hoje, dando voltas e rodopios aqui, no meu pobre poeminha.

Afeto (ou afecto, como você quiser),

Júlio

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Ledalge	Publicado: 01/06/2008 14:04 Atualizado: 01/06/2008 14:04
Colaborador Usuário desde: 24/07/2007 Localidade: BRASIL Mensagens: 6868	Re: ATO FINAL (A BAILARINA) JÚLIO, ESSE POEMA FOI O BICHO! DESCULPE A GÍRIA, MAS MEU DEUS! QUE TALENTO HOMEM! NEM SEI O QUE DIZER, VOU SAIR DE FININHO. BEIJOS

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Ledalge

Publicado: 01/06/2008 14:04 Atualizado: 01/06/2008 14:04

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Re: ATO FINAL (A BAILARINA)

JÚLIO, ESSE POEMA FOI O BICHO! DESCULPE A GÍRIA, MAS MEU DEUS! QUE TALENTO HOMEM! NEM SEI O QUE DIZER, VOU SAIR DE FININHO. BEIJOS

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Julio Saraiva

Publicado: 01/06/2008 16:01 Atualizado: 01/06/2008 16:01

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Re: ATO FINAL (A BAILARINA) p/Núria

Núria,

É um poema que já tem mais de vinte anos. E a bailarina, como disse em outros comentários, existiu: era de louça, e dançava numa caixinha de música que pertenceu à minha mãe. Um dia a bailarina quebrou e parou de dançar. Mas no meu poema ela ainda dança. E não vai parar nunca de rodopiar nas pontas dos seus delicados pés.

Afeto,

Jílio

	Re: divagações sem uso de IA. RehggeCamargo 22/11/2024 00:53
	Re: AR-240706 p/Yan_Booss ZeSilveiraDoBrasil 21/11/2024 23:31
	Re: Boa sorte LucianoSpagnol 21/11/2024 23:00
	Re: AR-241120 MariaMorena 21/11/2024 22:24
	Re: Punhal de flores MariaMorena 21/11/2024 22:20
	Re: O encontro MariaMorena 21/11/2024 22:00
	Re: O que passou / gillesdeferre gillesdeferre 21/11/2024 19:08
	Re: Lusaniversários outubro 2024 Luso-Poemas 21/11/2024 18:14
	Re: Mãe EltonSumbane 21/11/2024 18:01
	Re: Para quem tem ouvidos, eu mando bocas p/ paollalopez Alemtagus 21/11/2024 17:49
	Re: a outra e eu... Paulo-Galvão 21/11/2024 17:44
	Re: Olhar que nada vê ou finge não ver Upanhaca 21/11/2024 17:31
	Re: A subtileza da luz Paulo-Galvão 21/11/2024 17:28
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	Re: A beleza está no efêmero paollalopez 21/11/2024 12:50

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