As mãos ossudas de dedos compridos percorrem o rosto cadavérico,
olhos abertos atentos no espelho que revela a face da derrota e do pranto,
despido conto costelas e coleciono cortes,
nas lembrança de um corpo saudável agora resta o abandono.
Fraco de espírito apenas esbocei reação com o fim do romance,
quando me vi sozinho a parca coragem se foi,
o desespero transmutado em letargia
minou meu apetite e minhas forças,
trouxe-me até o limite.
Odeio este reflexo pavoroso de dor,
a imagem do esqueleto que chora,
mas o que acende mesmo todo ódio e tortura minha mente fatigada
reacendendo a memória perdida e o desalento da alma é que quando olho no espelho vejo ela,Catarina,
e só então recordo que também está morta.