DOCE MÃE
Na beira do rio sob a escuridão infinda
A doce mãe seu filho adormece
Naquele silencio a flor mais linda
Fragrâncias de sonho à noite tece
Na noite negra tão escura como preta
A Senhora mãe a seu menino sorri
No horizonte opaco se abre uma greta
Mostrando à mãe um mundo ruim
Pensando ela... É mais bonito a beira do rio!
Ali reside o amor a viver em bonança
Apesar de ser bem pequeno e esguio
Mora lá p’ra seu filho a fiel segurança
A doce mãe daquela beira jamais quer partir
Ali onde escuta o conversar das flores
Que por vezes muito a fazem sorrir
Enviando pró vento, maravilhosos odores
Naquele berço coberto pelo céu
A mãe sussurra ás estrelas que a cativa
Pede-lhes o amor quente dum seio seu
P’ra que seu menino em pureza viva
Ao entardecer quando o sol já ia
Um poema se escreveu p’ra seu espanto
À beira do rio o declamou na orvalhada fria
Empregando ao momento, tanto, tanto encanto
E na noite de cativante azul comovente
No infinito das profundezas do luar
A doce mãe ao menino oferece seu seio quente
Murmurando-lhe no rosto canções de embalar
De: Fernando Ramos