Novas terras que homens esquecem,
Onerosas conquistas genocidas.
Viagens longas que histórias oferecem
Onde jazem palavras esquecidas.
Rejeitadas as enfermas mães,
Esgueiram-se entre juízes loucos,
Mercadores de alma desumana.
Ergue-te, oh mar de ondas deserto!
Descansa os corpos da vida profana,
Ignora os bons, que rezam poucos,
Ouve o anafado latir destes cães.
Espalha em tua cor o vício do mal,
Mesquinho merecimento de juízo final.
Tempo que corre sem pesar
Enlutado pelo ócio desta paixão,
Remado todo o caminho do mar
Respeitado por mera opção,
Ante tal fugaz desejo de voltar.
Belos cantos, os da Sereia,
Utopia solitária de marinheiro,
Sucolenta melodia que saboreia
Cada clave, em luz de faroleiro,
Alva chama que destino ateia.
Esguios dedos que vento trazem!
Trémulas mãos que agora sonham
Outrora abertas em terra embaladas,
Molham-se os olhos que ainda choram
Afogados de lágrimas em amor salgadas.
A Poesia é o Bálsamo Harmonioso da Alma