Rascunhei um papel com tudo o que queria dizer e perdi-o. Esqueci-me de metade das coisas e a outra metade ficou por dizer.
Só as disse depois, quando já não passavam de inutilidades.
Já fora do meu alcance, ficou o romance e esse, riu-se em zombaria semi-velada. Não sei se alguma vez direi saber que ao amor até conheço as letras... não sei.
Talvez um dia quando, em vez de fazer um rascunho num papel com tudo o que queria dizer, talvez se o fizer com a voz que me sai da garganta, me redima e não me esqueça de nada.
Talvez... porque é fácil dizer “talvez da próxima vez”, volte a encostar à forma escrita o que digo, como se esperasse que se lessem e ouvissem as palavras tal como as escrevo.
Lá rascunho outra vez um papel... não foi ainda desta vez e o romance voltou a rir-se. Talvez da próxima vez...
Valdevinoxis
A boa convivência não é uma questão de tolerância.