“Eu só quero lembrar de você, até perder a memória” (Ana Carolina)
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Qual é o próximo passo, me diz?
Jogo-me do abismo
ou atiro pedras na sua janela
Dou bobeira
e anuncio seu nome ao microfone?
Escrevo no murro: “te amo” e assino embaixo?
É claro que não sou louco a ponto
de revelar o secreto,
nossos passos indecisos naquela noite
os beijos naquele canto do bar no meio da Serra..
Só conjeturo um pouco
Bobo que me faço, mas sei que tudo tem uma lógica,
mesmo que torta.
Tem um sistema regendo o caos
E que sou só uma carta de um jogo
simples e complexo
Que não rejo nenhuma uma peça neste universo, com a razão
Sei que sou todo coração
neste momento
E que cada movimento, cada passo, é um segundo eterno
Cada minuto curto como se tivesse um apocalipse
Contido,
uma tempestade,
um vento intenso,
um ciclone extra-tropical.
De qualquer forma é uma torrente que me vêm.
Não pára...
Talvez seja melhor eu ficar quieto agora,
meditar,
buscar o nirvana no Tibet,
ou aguardar um sinal, uma estrela cintilante que rasgue o céu e aponte aonde.
Quem sabe seja ela, algedi, a mais brilhante
da constelação de Capricórnio.
Meus escritossão verdades inventadas, fatos adulterados, fingimentos diversos; tentativas de pintar um quadro, fazer um canção, escrever um livro.