Passeia-se triste a rua, o rosto cravado nas pedras do seu chão, ao longe o suspiro inquieto de um coração aflicto. Às costas carrega uma centena de sonhos já despidos pela luz do dia e encobertos pelo nevoeiro.
Eu? Eu não sei de mim, perdi-me na rua. Qual dos vultos serei? Aquele a quem me não dei, de rosto curvado para o chão. Os meus ombros estão caídos com o peso do corpo neles, as minhas mãos seguram nos bolsos as frases que ainda não disse, os meus olhos já sufocados pelas lágrimas que não se choram, de tão caladas apenas são segredos medonhos a revelar-se.
Por debaixo de mim o simples e complexo nada, empobrecido pela clausura das palavras que se repetem como loucas no meu ouvido. Por cima de mim o fim interminável, o céu cravado de pecado inventanto a fórmula do adeus.
Não quero ir! Agora, não quero ir! E enquanto dou voltas sobre mim própria abre-se em lamentos e lamúrias o meu pobre coração.
A Rua Vai Triste como o leve e breve passar dos Dias de Nevoeiro.
. façam de conta que eu não estive cá .