A vida dá mil voltas e eu que me envolvo com tantos afazeres, misturo tudo num balaio só, naturalmente me enrolo, e me desenrosco sozinho. Mas, há dias em que a claridade se vai, o tempo fecha, o coração solta faíscas, as nuvens vêm cheias...
De repente recobro o bom senso, saiu do prumo, da linha. Olho para o alto e vejo que a chuva é sempre boa, pois é sincera. Tem de ser assim, sem sinceridade nada fica de pé, que me venha e me caia, benfazeja tempestade, intensamente.
Nunca estive tão sóbrio tão ébrio, que me venha boa, toda, que me venha como o amor, quebrando barreiras, bom senso, regras, que me molhe até a alma.
Meus escritossão verdades inventadas, fatos adulterados, fingimentos diversos; tentativas de pintar um quadro, fazer um canção, escrever um livro.
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