A margem da vida, curvou-se o meu corpo
Joelhos grotescos, dobrados e aflitos
Sofreram no chão, insensível a dor.
Em águas escuras pelo tempo maldoso
Procuraram os meus olhos por uma réstia esquecida
Tentaram encontrar-me nesse rosto cansado
Resgataram lembranças, poucas, apenas
Na superfície tranqüila em que repousa a tristeza
Houve um brilho imaginário
Ou uma lágrima de luz
Eram distantes recordações
De papai e de mamãe
De poucos risos; de muitas emoções
Era manhã de primavera
Era o início de tudo
Era o princípio deste fim
Era o luto desnudo
Lágrimas embebiam ao espírito carente
Noite fria e maldita, agora crescente
Foi linda a breve manhã, sorridente
E horrenda a longa noite, descrente.
Juarez Florintino Dias Filho
Juarez Florintino Dias Filho