Deito meus olhos por sobre as águas do rio.
Preciso urgentemente de limpá-los, da ferida
humana.
Arrancá-los cirurgicamente.
Olhar é ver o que se quer, não o que se está
a ver.
Submissos olhos, que se prendem por nada,
correndo atrás do fugaz, desprezando o valor
das pequenas coisas.
Ah, sentir a frescura da flor, vingando o húmus
da terra!
Quem me diz não são os olhos, mas seu olor,
incitando o fresco da tarde, a revelar-se.
Apuramento de sentidos, que me fará, parte
integrante da Natureza.
Jorge Humberto
22/05/08