Luso-Poemas
 
Sonetos : 

INDETERMINADA

 
Esta alma que me veste indeterminada!
Não concisa, insolente e maldita!
Faz luzir de fogo as minhas palavras
E dedilhar de vez essas feridas!

Sou a indeterminante poesia riscada,
Dos gizes em quadros sem parede
Sou a inebriante adaga que maltrata
Quem penetrar nos cios desta mente!

Não me estudes mais, eu te aviso!
Ó lira que insiste em me riscar!
Ao seu redemoinho de loucura...

Não! Eu me censuro dessa fúria...
E quero apenas meus poemas levar,
Aos confins do sonho e do impreciso!


(Ledalge,2008)



"Mestre não é quem sempre ensina, mas quem de repente aprende." (Guimarães Rosa)

 
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Ledalge
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Enviado por Tópico
PauloAlves
Publicado: 22/05/2008 22:31  Atualizado: 22/05/2008 22:31
Colaborador
Usuário desde: 18/04/2008
Localidade: Bern, Suiça
Mensagens: 1590
 Re: INDETERMINADA
Mais um quadro em que desenhas a giz tua maravilhosa escrita....

Parabéns amiga

Paulo


Enviado por Tópico
Valdevinoxis
Publicado: 22/05/2008 23:07  Atualizado: 22/05/2008 23:07
Administrador
Usuário desde: 27/10/2006
Localidade: Aguiar, Viana do Alentejo
Mensagens: 2118
 Re: INDETERMINADA
"Sou a indeterminante poesia riscada,
Dos gizes em quadros sem parede"

Não seria preciso mais para dizer tudo.
A Ledalge dá-se assim mesmo... indetermidada no quando e como e determinada no querer.

Valdevinoxis


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 23/05/2008 02:04  Atualizado: 23/05/2008 02:04
 Re: INDETERMINADA
INDETERMINADA, O TÍTULO NÃO REPRODUZ O QUE É A ESTIMADA POETISA LEDALGE, PESSOA BEM DETERMINDA, FORTE, NÃO SE CENSURE MAS SIM SIM CENSURE TODOS AQUELES QUE COM GIZ SEM QUADRO A TENTAM RISCAR, ESTE BELO POEMA É UMA BOA BOFETADA COM LUVA BRANCA PARA AQUELES QUE A SUBESTIMAM E TENHA INVEJA DA SUA ALTA QUALIDADE TANTO HUMANA COMO POETISA.

UM ABRAÇO AMIGO



Enviado por Tópico
Julio Saraiva
Publicado: 23/05/2008 11:12  Atualizado: 23/05/2008 11:12
Colaborador
Usuário desde: 13/10/2007
Localidade: São Paulo- Brasil
Mensagens: 4206
 Re: INDETERMINADA p/Núria
Bonito soneto, Núria. Sabe o que diz quem quer levar seus poemas aos confins do sonho e do impreciso. Prova que a indeterminada tem muita determinação, ainda que desafie o redemoinho da loucura.
Afeto,
Júlio

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