Poemas : 

CANTIGA DE AMOR

 
ai se me não quereis senhor
senhora eis-me por inteiro
conformado prisioneiro
das garras deste vosso amor

bem sabeis como padeço
calado ao vosso castigo
uma só frase a que digo
- senhora vos não mereço!

calada a lira não canta
sumiram todas as luas
senhora vejo-vos duas
ora mulher ora santa

mas que faço deste querer?
foi-se-me a chance de cura
envolto em minha loucura
ai senhora hei-de-me morrer

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júlio


Júlio Saraiva

 
Autor
Julio Saraiva
 
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Enviado por Tópico
VónyFerreira
Publicado: 21/05/2008 11:14  Atualizado: 21/05/2008 11:14
Membro de honra
Usuário desde: 14/05/2008
Localidade: Leiria
Mensagens: 10301
 Re: CANTIGA DE AMOR
Achei muito interessante o seu poema Júlio.
De repente fez-me lembrar o "nosso" José Régio. Conhece? É um poeta Português que foi extraordinário.
Parabéns pelo seu poema.
Um beijo.
Quando lhe for possível gostava que deixasse a sua opinião no meu cantinho.
Vóny Ferreira


Enviado por Tópico
Mel de Carvalho
Publicado: 21/05/2008 13:16  Atualizado: 21/05/2008 13:16
Colaborador
Usuário desde: 03/03/2007
Localidade: Lisboa/Peniche
Mensagens: 1562
 Re: CANTIGA DE AMOR p/ Júlio Saraiva
Júlio, irmão poeta,

então a "poeta do amor" é a Mel? Valha-me Deus, Júlio, o meu amigo é mil vezes mais poeta do amor que eu alguma vez fui ou serei.

Entrei para comentar este poema, amigo. Leio-o quase sempre, mas este poema é particularmente belo.

Há aqui a divinização da mulher, há aqui amor na sua forma mais pura,

"calada a lira não canta
sumiram todas as luas
senhora vejo-vos duas
ora mulher ora santa"

há um estado d'alma magoado, há delevo e tudo o resto, um amor inacabado e altamente confesso! (rimei, perdoe...)

Belíssimo, Júlio. Deus o abencôe e lhe dê a paz que sinto, busca.

Um abraço fraterno da Mel