Nas longíncuas terras dos girassóis vivi
correndo nos campos o gosto saboreei
com cheiro de amor ao luar embeveci
morto de saudade dessa terra que amei
Distância que dói no peito a oprimir
quem a criou não sabe o que é saudade
girassóis amarelos – tempo que há de vir
qual campo minado que de amor me invade!
Meus girassóis que saudade e que engodos!
eram sóis perfumados a me enaltecer
beijo de lua, raio de sol faziam-se todos…
Tão meus girassóis qu’em doçura e bondade
luta que de fato fez-me aquiescer
invólucro da mais densa insanidade.
Nem que leve toda a vida, hei de rever!
ABENÇOADAS MÃOS!
Abençoada seja! em cada toque seu, ó mão!
entrelaçada n'outra mão, num bem-querer todavia
sujas da massa do trigo depois de fazer o pão
calejadas... engraxadas... da lida do dia-a-dia
Abençoadas sejam com cinco dedos em cada
criativas no trabalho de todo profissional
cumpridoras dos deveres - existentes na jornada
estendidas para o bem num afeto sem igual
Dententoras de um sentido, talvez, mais divinal!
prontas pra atender qualquer tipo de ensejo
imaculadas sejam - que não pratiquem o mal!
Caso elas lhe faltem em desproposital lampejo
outros sentidos têm - estejam bem natural!
Nas graças e dons recebidos, por um desejo:
Abençoadas sejam, mãos do homem coerente!
Com muito amor envolve todo ser inocente!