Assinei de olhos fechados
o contrato da esperança,
sem ler as letras miúdas
que avisavam:
"não se garantem sobreviventes."
Sorri.
Não devolvi a mercadoria,
não refilei o preço,
não estudei direito o manual de ausências,
nem aceitei os termos da rendição elegante.
Permanecer, às vezes, é mesmo um desacato.
Não sei quem redigiu as cláusulas do desencanto,
mas sigo infringindo.
Retribuí o escárnio
em forma de passos
recusei a desistência
com a delicadeza de quem
derruba um muro
soprando.