A pedra ardeu sem cor.
Ninguém viu o lume,
mas a casa perdeu os ossos.
Um copo tombou no escuro
de sede e naufrágio.
As paredes agora falam baixo
em língua morta.
O dia partiu
como um bicho ferido
sem sangue,
sem rastro,
mas com um cheiro de fim
no centro do corpo.
Guardei o som do que não houve.
E ele cresce, por falta, chama, vício,
na alma em cinzas e cio.