Insônia
Sinto-me só,
Navegando na solidão da insônia,
Como um destroço à deriva,
Perdido na imensidão do mar.
A noite já se debruçou sobre a cidade,
Num gesto de melancolia e compaixão,
Envolvo-me num manto de esquecimento,
Enquanto as pálidas estrelas adornam o céu
E a lua se oferece como consolo.
Todos já adormeceram,
E eu sou um solitário guardião
Desse tédio que me abraça,
Ouvindo o relógio com seu incessante tic-tac,
Que insiste em marcar o tempo que escorre.
Escuto o meu coração, batendo sem esperança,
Mantendo esta vida que não sei viver.
No pulsar de ambos, reconheço o mesmo desalento,
Um som frágil que ecoa na solidão.
As tábuas do tecto,
Brancas e desertas,
São como estradas sem destino,
Que levam ao abismo do Nada.
Carlos E.Santo