A razão caminha em linhas sutis,
Entre pedras de dúvida e flores de certeza,
Com passos firmes, mas olhos atentos,
Como quem dança na beira do abismo
Sem nunca se lançar.
Ela traça mapas no silêncio do pensamento,
Faz pontes entre o que é e o que pode ser,
Tece perguntas em fios de lógica,
E colhe respostas nas margens do talvez.
Às vezes, veste-se de matemática e exatidão,
Noutras, esconde-se nos labirintos da linguagem,
Mas nunca se perde.
Ela apenas escolhe outros rumos
Para alcançar o mesmo horizonte.
A razão não grita, sussurra.
Não impõe, convida.
E mesmo quando parece fria,
Há nela o calor sereno
De quem busca entender
Antes de julgar.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense