Pudesse eu das asas a cada verso que escrevo
Não sei se daria a eles coordenadas de destino
Ou se os deixaria livres à sorte de algum trevo
Zelo por seu caminho levam algo que é genuíno
Cada linha é uma forma diferente de expressar
Os mesmos sentimentos de um velho sonhador
A gente pega uma palavra e começa a cantarolar
Faz com que se sinta amada que encontre um par
E de par em par surgem versos que ainda sem saber
Já carregam em suas rimas a responsabilidade de voar
E mesmo que eu diga não eles já nascem com um poder
De alcançar um coração que está pronto para escutar
Ainda que seja apenas o daquele que escreve...
Pudesse eu dar asas a cada verso que eu dou vida
Eu contaria apenas para ele o que me é porcelana
E ao seguir na trilha dos anseios e fantasias incontidas
Talvez conseguisse ler o que chegou no lençol de sua cama
Deus abençoe os versos que voam pela noite
Carlos Correa