Entre tantas belezas, me perdi.
A flor, o céu, o gesto breve,
Tudo grita certezas que não sinto mais.
O que era óbvio, agora dança,
Feito neblina sobre um lago calmo.
E eu, que antes caminhava firme,
Hoje tropeço nas verdades que todos guardam
Como se fossem pedras eternas.
Mas talvez…
Duvidar do indubitável
Seja só mais uma forma de ver
A beleza que escapa aos olhos
Acostumados demais com o claro.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense