Poemas : 

Tributo a Camões (Volume 2, Estrofe 61)

 
Precedem os antigos, mais honrados

Pequeno era o proscénio e valeroso o acervo
Rumando venturoso p’los nigérrimos mapas
E pregoando a mais que tal chão fizera seu
Consumindo o homem que o relho fez servo
E liberando de cego trilho penhas e solapas
Dividia sã aliança glória qu’os enlouqueceu

E correra os rios serpenteados pelos montes
Montes desvirgados à chuva e áspero vento
Ousado nascido das loucuras d’Euro e Noto
Saciando a sede na água das tantas fontes
A fome que rouba ao chão tão puro alimento
Nudez ao novo mundo que à vida foi devoto

Trazia Zambeze, Cuanza, Cuango e Cunene
Ideia de querer e ver chão em caminho luso
Gravando nesta pátria e no seu peito calmo
O mapa de África com a seiva de Hipocrene
Sonhava o Capelo e o dito vulgacho profuso
Mundo novo do Mar de Atlas ao Índio almo

As asas que batiam naquele céu azul-água
Irreverentes como as palavras desse sonho
Sequiosas de viçoso horizonte dia após dia
Haviam d’ir tão longe quão materna bágoa
Onde semeada daria vida ao chão bisonho
Noite e dia ao desejo qu’em seu olhar luzia

Regalengo o chão e o homem que o levanta
A mão que desbravou o almejado amanhã
Doído o infinito e o tempo que aqui acabou
O humano corpo gasto pela esperança vilã
Saboroso o horizonte que a pátria encanta


A Poesia é o Bálsamo Harmonioso da Alma

 
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Alemtagus
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Enviado por Tópico
Rogério Beça
Publicado: 18/04/2025 18:16  Atualizado: 18/04/2025 18:16
Usuário desde: 06/11/2007
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Mensagens: 2243
 Re: Tributo a Camões (Volume 2, Estrofe 61)
Aqui veio um cheirinho...

Obrigado


Enviado por Tópico
beijadordeflores
Publicado: 19/04/2025 09:45  Atualizado: 19/04/2025 09:45
Da casa!
Usuário desde: 26/10/2024
Localidade:
Mensagens: 428
 Re: Tributo a Camões (Volume 2, Estrofe 61)
Prossegue esta verdadeira odisseia