É complicado pensar,
Nesse elaborado estado de ser
Onde o humano se despede em fragmentos
E a alma escorrega para dentro de algoritmos.
Somos carne que sonha,
Mas sonha com máquinas.
O toque já é cálculo,
O gesto, instrução.
Robotizados,
Não por engrenagens,
Mas por repetições invisíveis
Que nos moldam como molda o tempo
As arestas de uma pedra cansada.
E no fundo, ainda resta uma pergunta:
Será que nos tornamos autômatos
Porque é mais fácil
Do que sentir?
Poema: Odair José, Poeta Cacerense