Sonetos : 

Fogo Branco

 
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Havia uma noite a despontar
E um sol, no horizonte, que morria
Enquanto era engolido pelo mar
Nas águas era espelho de sangria

Via-lhe um peito todo sem queimar
Queimava só de dor e não ardia
Dum rasgo foi-se o fogo, chão e ar
Ficou só sangue em mar sem serventia

Prostrou-se ao vão, descrente, numa prancha
Tudo se lhe partia em avalancha
A empurrar-lhe as sobras pró barranco

Conquanto a noite crua se deslancha
Surgiu uma luz de prata sobre a mancha
Ardeu de novo o peito, era ouro branco


17-04-2025


 
Autor
AlexandreCosta
 
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Enviado por Tópico
Rogério Beça
Publicado: 18/04/2025 10:17  Atualizado: 18/04/2025 10:17
Usuário desde: 06/11/2007
Localidade:
Mensagens: 2243
 Re: Fogo Branco
Mar para aqui, mar para ali, consegues um poema rico de imagens.
A veneração ao mar é consequência da sua dimensão e importância, e apesar de tudo já se ter escrito sobre ele, é interessante, a forma como o teu soneto explora este lado cénico.

Gostei dos vários ardores.
Das muitas queimaduras.

Um bom poema.

Abraço