Hoje naufraguei.
Senti…
Que me ia afundar,
No frio,
No escuro,
E nada fiz para o evitar,
Limitei-me a aceitar,
A minha sorte,
O meu desnorte.
Foi então quando já ia a caminho,
Fundo sem chão,
Que um sonho me agarrou,
E pôs-se por baixo de mim,
Como se fosse um nenúfar,
Para eu…
Não me afundar,
Não me afogar.
Eu parecia flutuar,
Ajudado por um sonho,
Que eu desconhecia,
E andámos por aí algures perdidos,
Perdidos nas correntes,
Desse mar da vida,
Tão implacável como o seu destino.
Andamos à deriva,
Sem saber,
Onde começava o dia,
E onde terminava a noite,
A escuridão,
Era a nossa constante parceira.
E eu…,
Totalmente atordoado,
Pela força do mar,
Já não me esforçava,
Apenas o sonho me abraçava.
Por várias vezes quis desistir,
Acho que,
Nem para desistir,
Eu já tinha forças.
Porém,
O sonho sempre resiliente,
Nunca parou de lutar,
Nunca parou de me carregar,
Chegou mesmo a sussurrar-me,
Para que não tivesse medo,
Se eu morresse,
Não morreria sozinho…
Morreríamos os dois.
Fomos empurrados para a beira mar,
Para uma praia tão deserta quanto eu.
Quando acordei,
Foi com esforço sobre humano,
Que me ajoelhei,
Olhei para trás e…
Puf…
O sonho feito nenúfar,
Ou o nenúfar feito de sonho,
Tinha desaparecido.
Fui dar a uma praia,
Uma praia tão deserta quanto eu,
Abri os meus olhos
E de imediato procurei os teus,
No céu,
A sua cor,
Mas eram tantos,
Que foi difícil encontrar os teus.
Procurei neles,
A resiliência e a paz,
Não aquela que o homem faz,
Procuro o sol,
Mas não é um sol qualquer,
Procuro aquele que enriquece a alma,
Aquele que nos eleva para além do cosmos,
Procuro aquele que vence os nevoeiros,
Aquele dissipa as nuvens negras das nossas vidas.
Nada me poderá desviar,
Do que me está destinado,
A cada momento,
Sinto que tudo poderia ser perfeito,
Mas não,
Nada de perfeito ou imperfeito,
Acontece para nos elevar ou destruir a alma.
São pontes…
Que nos ligam sem sabermos,
São pensamentos que vão,
Para além das nuvens negras,
São caminhos,
Que não vemos,
Caminhos,
Que nos trazem a verdadeira PAZ.
São rios cheios por lágrimas,
De todos os que,
Por este Mundo,
Choram os seus,
Outros choram…
Choram porque já não têm,
Por quem chorar.
Há muitos outros,
Que também tentam chorar,
Mas há muito que,
Se lhes secaram as lágrimas.
São barcos em forma de sonhos,
Ancorados em terra,
São sonhos que já ninguém os quer.
Humanos VS Humanos em guerra,
Por todo o canto da terra.
Aproxima-se o grande final,
A apoteose está mesmo a chegar,
E será o fim,
Daquilo a que chamamos,
Humanidade.
É mesmo… tudo é assim,
Só porque,
Sim!
Diogo Cosmo ∞
Praia Parede
15-52 11-04-2025
Faço votos para que todos os meus seguidores e leitores ocasionais, gostem dos meus trabalhos. Obrigado mais uma
vez aqueles Amigos que se preocupam comigo, obrigado do fundo do coração.