Poemas : 

Ruído

 
Então fechaste os olhos, sem ruído,
Curvando a face em sombra e despedida,
Seguiste o passo ao vento, inadvertido,
Deixando em mim a dor, tão mal contida.

Oh, que contraste estranho e tão funesto!
A dita se esvaiu como um lamento,
Qual ave em campo amplo e manifesto,
Sumindo em cinza e bruma no relento.

No poente, só restas em fulgor,
Desfaz-se o teu perfil nas tardes mortas,
Invades minha alma em turvo ardor,
Com ânsias vis que abrem negras portas.

Mil prantos chorei vendo-te ausente,
Caí de joelhos sobre o chão sombrio,
A tarde escureceu, morrendo quente,
Cobri meu rosto, só, sem teu desvio.


Gyl Ferrys

 
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Gyl
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