Os olhos são janelas,
Não apenas para o mundo,
Mas para dentro —
De quem olha e de quem é olhado.
Há quem veja paisagens,
E há quem veja almas.
Há quem repare o reflexo,
E há quem atravesse o vidro,
Para tocar o invisível.
Quando um olhar encontra outro,
E se demora,
É o ser dizendo ao ser:
“Eu te vejo além da superfície.”
Não é só o que entra pelos olhos que importa —
É o que sai deles.
É a luz, o abismo, o afeto,
O silêncio que diz:
“Sou casa aberta para quem ousa entrar.”
Poema: Odair José, Poeta Cacerense