SONOLÊNCIA
D’olhos pesados, mal distingo o dia
A alvorecer por frestas de persiana.
Vem claridade ardendo-me a pestana,
Sem que inteiro desperte, todavia.
Tateio até o banho, cuspo à pia
E vejo a água sumir na porcelana.
Enquanto a mente enfim se desengana,
De quanto o sonho nutre a fantasia.
N’uma semiconsciência bocejante,
Preparo o meu café com pão dormido,
Mas sigo contra as luzes, relutante.
Ainda assim, o sol que ora invalido
Há-de me acompanhar, instante a instante.
E eis-me em péssimo humor amanhecido…
Betim - 10 04 2025
Ubi caritas est vera
Deus ibi est.