Haikais : 

Para Um Dia (103ª Poesia de um Canalha)

 
Kyiv

Um meio sorriso
Assim deflagrado
Criança sem leito

Gaza

Mãe sem voz
Chão sem pés
Tu sem filhos

Mundo

Olhar tremido
Inferno traído
Inverno morto


A Poesia é o Bálsamo Harmonioso da Alma

 
Autor
Alemtagus
Autor
 
Texto
Data
Leituras
67
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
6 pontos
2
2
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
Rogério Beça
Publicado: 13/04/2025 08:45  Atualizado: 13/04/2025 11:13
Usuário desde: 06/11/2007
Localidade:
Mensagens: 2238
 Re: Para Um Dia (103ª Poesia de um Canalha) / cheiramázedo
2. Tata Kepler


O teatro de guerra, do meu sofá,
é visto num camarote de conforto.
Não parecem ter as falas bom porto,
desporto sangrento: que acabe já.

Não sei em que acto vamos: para lá
de meio, no fim, ou ainda no aborto?
Os actores, os autores: tudo morto.
Num palco onde não há tempo para o chá.

O ponto dita, sem nó, um dá eslavo;
o figurante faz de vento, de bala;
a cortina abre e fecha... avaria...

Do meu sofá, ao teclado, agravo;
na boca de cena alguém se empala
sem fingir, sem narrador, nem poesia.


in Dez Sonetos da Guerra na Crimeia por partes