Em algum momento entre uma pressão nos lábios
E um último sorriso desprovido de qualquer graça
Eu vou sair numa caminhada fingindo ser um sábio
Mesmo sabendo que o que sei é uma grande farsa
Eu vou levar um coração machucado pintado de anis
Vou guardar um rebanho de bobagens para poder rir
Quando tiver alguma sede vou pintar meu rosto feliz
E aí não precisarei me olhar no espelho antes de dormir
Um pouco antes de partir vou prestar atenção no que diz
Sempre o fiz pode ter a certeza mas dessa vez você vai ver
Hoje eu sei nunca ter sido nada além que um velho aprendiz
Pode ser que eu pare num bar sabe eu nunca vou te esquecer
Em algum momento entre um beijo e o encerrar das cortinas
Vou representar meu último ato atento ao sorriso que me deu
E quando estiver lá buscarei na memória seu sorriso de menina
Vai ser o brilho meu passe toda vez que estiver perdido no breu
Deus abençoe as últimas valsas
Carlos Correa