Testemunha do espetáculo da noite estrelada
Fantasio cada estrela sendo um poeta ou um bardo
E apesar de parecerem estar todos ali amontoados
Há uma distância além da luz cada um em sua morada
Talvez seja a poesia o modelo de linguagem dos solitários
Aquela que ouve suas histórias suas dores suas transgressões
Uma forma de fazer dos sonhos a realidade no tempo necessário
Para que ele possa acreditar ter o direito de viver além das ilusões
E aí está a arte da poesia ou algo que se pareça muito com ela
Envolver o leitor de uma maneira que ele faça parte dos versos
Levá-lo a um vestígio uma saudade como se estivesse numa janela
Assistindo aquelas imagens que ele mesmo cria enquanto está imerso
Apesar de cada cena vinda de uma rima ao final de uma poesia
E das canções que penetram a pele há um silêncio quase absoluto
Quebrado apenas pelo Bourbon caindo no abismo de uma taça vazia
Uma estrela solitária que fez de sua mudez a voz de um coração resoluto
Deus abençoe os que nos fazem sentir
Carlos Correa