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O homem eterno

 
O homem eterno
É um eco do infinito,
Um sopro de luz
Aprisionado no cárcere da carne.
Sua alma, imortal e errante,
Veste-se de tempo
E esquece-se do seu verdadeiro nome.

Cada batida do coração
É um chamado para o alto,
Um lamento silencioso
Da eternidade que habita o transitório.

Os ossos são grades,
A pele é véu,
E os olhos, ainda que janelas,
Mal vislumbram
A vastidão que os aguarda
Além do horizonte do corpo.

O homem eterno sonha com asas,
Mas anda com pés de barro.
Busca na matéria a centelha do divino
E, ao encontrá-la,
Percebe que ela
Sempre ardeu dentro de si.

Na despedida da carne,
Ele se reencontra.
O cárcere se desfaz,
E a alma, enfim livre,
Retorna à melodia do cosmos,
Onde nunca deixou de estar.

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

www.odairpoetacacerense.blogspot.com

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@poetacacerense
 
Autor
Odairjsilva
 
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