O rei amaldiçoado
Veste sua coroa de espinhos invisíveis,
Cada joia um peso de mil lamentos.
O trono que ergueu com glórias passadas
Agora é um cárcere de ouro frio,
Onde os ecos de antigos juramentos
Se tornam espectros a assombrá-lo.
E o homem só,
Errante entre os campos do destino,
Caminha sob luas indiferentes.
Sem coroa, sem trono,
Carrega apenas o silêncio como cetro
E a liberdade como fardo.
Pois há prisões no poder
E há prisões na solidão —
Mas qual delas é a mais cruel?
Poema: Odair José, Poeta Cacerense