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O paradoxo da urgência

 
Corremos, corremos, sem pausa ou porquê,
Mas nunca nos perguntamos: corremos pra quê?
O tempo escorrega entre dedos aflitos,
E os dias se perdem em passos restritos.

O agora sufoca, o amanhã nos consome,
O relógio nos grita, nos cobra, e some.
A pressa é constante, o destino é nublado,
Um ciclo infinito, um rumo apressado.

Queremos o topo, queremos o mais,
Mas quando chegamos, queremos a paz.
A paz que deixamos, perdida na estrada,
Trocada por metas, e uma agenda lotada.

Se o tempo é dinheiro e a pressa é um vício,
Quem dita o preço desse sacrifício?
Se o fim é incerto e a pressa um engano,
Por que não sermos um pouco mais humano?

Então eu te pergunto, em meio a essa corrida:
Que tal desacelerar e sentir um pouco a vida?

Poema: Odair José, Poeta Cacerense

 
Autor
Odairjsilva
 
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