A justiça veste um véu que o vento descobre,
Mas seus olhos, cegos, ainda hesitam.
Vem a cavalo, dizem, mas tropeça em pedras
Que a injustiça semeia pelo caminho.
Nos tribunais, a balança inclina-se,
Não pelo peso da verdade,
Mas pelo ouro que lhe é posto na mão.
As palavras da lei são frias,
Mas o que buscamos é fogo,
Justiça que arde, que pulsa, que vive.
Anoitece, e as sombras sussurram
O que ninguém ousa explicar.
Não há justiça na casa da justiça,
Pois ali, a verdade é só um eco distante,
Perdido entre os corredores do poder.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense