Impronunciável,
É essa a palavra
Que me persegue todos os dias
Desde que me levanto até que me deito
E agora
até nos meus sonhos
A maldita aparece enfeitada de batom.
Já me cansei de a mandar embora
E que agora atrevidamente
já caminha a meu lado
já não sei,
O que mais fazer.
É a palavra
que tenho dentro de mim,
Forte e acutilante
Que até quase que me ia matando
E eu nada fiz para me salvar
E que eu deixei que me lançasse no precipício
Onde o chão nunca mais chega
Para acabar com tudo isto
De uma vez por todas.
É dessa maldita
Que preciso
Que quero
Que desejo
Para que nunca
Abandone os meus lábios
É ela que ainda me dá a esperança
Para que eu sinta na pele
A verdadeira
Razão para continuar
A viver
Esta
é a palavra
Que faz de tudo,
Para se soltar,
Para se libertar.
Da última vez dei um nó na garganta
Quase a matei
Quase morri
Mas ao menos… morreríamos juntos.
Ultimamente tenho-a amordaçada,
Presa e amarrada
Tenho medo de te perder
Por mais que eu tente disfarçar
Já não sei como a evitar
O teu nome
Está sempre a bailar em sussurro na minha boca
Fecho a boca
E tapo as minhas narinas
Para que ela não me fuga por aí
Mas é terrível
E agora já,
Mesmo quando não te veja
Sei que nunca poderei,
Dar-lhe alforria.
Será?...
Se eu lhe disser…
Essa maldita
Bendita palavra
A perderei para sempre?...
São raízes de pernas para o ar
São arvores que há muito que não respiram
Morreram sufocadas
Tal como eu
no dia que disser
AMO-TE
Diogo Cosmo ∞
Cascais
16-03-2025
Eis-me de volta, meus caros leitores. Em breve voltarei a publicar mais alguns trabalhos. Obrigado pelo vosso apoio.