De olhar frio intenso no vazio imenso
Agastado pelas noites sem mais dias
Navegou um chão de pedras infinitas
No peito um incenso e orgulho tenso
Degustado pela fome das vozes frias
A esvoaçar no eco das coisas bonitas
A vida sabia a livros acabados de ler
Ou à história folheada em lauda alva
Adoçada por méis suaves de inverno
Que os rubros lábios deixaram viver
Por vezes no olhar da estrela d'alva
Aqui em ti, em mim de amor eterno
Todo o resto era só o que ali faltava
A dor morta de medo à flor da pele
O corpo cansado de ser só mais um
Num outro mar que nunca acabava
E s'afogava intemporal e impossível
Imemorial como foi tempo nenhum
A Poesia é o Bálsamo Harmonioso da Alma