Vendaval, por onde vagueias? Pela Fazenda Cabaceiras ou contemplando as indiscritíveis belezas a volta do Rio São Francisco?
-Já estive nos dois lugares! mas…não foi hoje! Porquê?
Fala-se entre as más línguas, que após estes lugares, frequentaste e largaste o Convento. Sei que nunca foste padre e nunca teria a paciência para tal…Mas difícil mesmo foi acreditar que depois ainda paraste no prostíbulo, para ganhar inspiração! Literatura de cordel … ou bordel? Já não me lembro do nome que disseste mesmo no outro dia!
-Paciência que tenho com perguntas e comentários parvos! Grande parte da literatura que escrevo é de bordel e retrata o irretratável, o que seria melhor não ver… mas não sou cego! Sendo um lado obscuro, sinto-me na obrigação de torná-lo claro, através das palavras…! …é preferível mudarmos de assunto…
E sobre as tuas paixões desde pequeno? É corrente que chegou a beijar as mãos pequeninas de Leonídia Fraga. E mais tarde, as de Eugénia Câmara, sua musa inspiradora, em “O Amor do Soldado”.
-Sim! É verdade, muitas foram as poesias graças a elas, musas…independente da cor… mas não foram nem nunca serão as minhas únicas inspirações e aspirações!…
Pois…lembrei-me também das longas conversas que tiveste com Victor Hugo… ao ponto de seres chamado de “lugólatra”, pela tua professora e tantas outras pessoas!
-Eram tardes, noites, sei lá, únicas! Era um “Vendaval Maravilhoso”, mas quando tinha que voltar à realidade…com os meus amigos de guerra , os republicanos e abolicionistas! Eu só faltava vestir as calças deles, mas eram causas realmente importantes !
Imagino Castro, que talvez tenha sido por isso que quase parou no “Cecéu”! Tão preocupado com tantas pessoas... e vê-se por tudo aquilo que narraste em muitas histórias e estórias …Por isso que dizem que deste cabo dos concorrentes…inclusive na Academia de Letras! Foi boato isso ou não? Quero tudo no preto e no branco!
-As últimas novidades são que…
Chiuuu…Silêncio! Falemos baixo. Se tudo o que dizes não é só poesia…nem só tristeza ou alegria... também é verdade…então, tudo que fizeste ficará para sempre em nossos corações! Poeta dos escravos, mestiço e mestre querido...Castro Alves!
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