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avançando às cegas

 
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regressam de longe as aves
deixam mundo atrás de si
também meu corpo em viagem
leva saudade de ti

desperta um vento adormecido
faz tempo, em meu peito retido

pensamentos em turbilhão
já não suporto o vazio das horas
nem o frio da solidão
já nem sei como caminho, com
tempestades apontadas ao coração

já não entendo o voo dos pássaros
nem o riso das águas a marulhar
e nem os olhos já sabem
- o porquê de chorar!

tão perdida
há uma sombra que me prende
e aqui fico nesta prisão
abre-se o chão,
chuva torrencial cai

as mãos inertes
e na garganta nem um ai.

vou avançando às cegas
na penumbra do nada
que é mestra na ruína,
é esta sina, algo turvo
que m ferve na memória.

natalia nuno


Na plenitude da felicidade, cada dia é uma vida inteira.
Johann Wolfgang Von Goethe



 
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rosafogo
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Enviado por Tópico
MÁRIO52
Publicado: 12/03/2025 23:14  Atualizado: 12/03/2025 23:14
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 Re: avançando às cegas
É sempre dolorosa a solidão, quando nos é imposta pelas diversas circunstâncias da vida. Depois, avançamos às cegas no meio da escuridão. No entanto, a vida tem sempre o seu lado belo, que deve ser sempre vivido.

Intenso e dorido poema que gostei de ler, amiga Natalia.

Beijinhos e boa semana!

Mário Margaride