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Ecos Onde Sussurram o Silêncio

 
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Te vejo nas sombras do tempo, onde o silêncio pesa nos ombros,
onde a dor se derrama em versos e a memória se apaga aos poucos.
Teu nome já foi tempestade, um trovão rasgando a noite,
hoje é só um sussurro frágil, perdido entre ventos e açoites.

O céu sem brilho não te chama, o mar já não chora por ti,
e as palavras que um dia incendiaram agora murmuram em latim.
Foste poeta, amante, labareda acesa no inverno,
mas a morte roubou tua chama e te lançou ao esquecimento eterno.

As ruínas dos dias te abrigam como velhos profetas sem fé,
cada frase tua, uma lápide, enterrada onde ninguém lê.
O mundo girou sem teu nome, teu talento virou fumaça,
e a poesia, que um dia foi tua, dorme agora sob as traças.

Tentaste lutar contra o tempo, mas o tempo não cede, não sente,
ele apaga rostos e vozes, arrasta memórias na corrente.
E quando as sombras te tomaram, já não restava em ti nenhuma luz,
apenas um corpo sem alma, um verso sem quem o conduz.

E o vento, impiedoso, não levou só teu dom e tua rima,
levou teus risos, teus olhos, os restos do que te mantinha.
E então, no espelho, o vazio: sem nome, sem rosto, sem glória,
o poeta que foi esquecido… e que esqueceu sua própria história.


Kaique Nascimento


 
Autor
KaiiqueNascimentto
 
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