Tal qual anéis de madeira – círculos cortados,
que não perdem o núcleo –
almas orbitam, confundindo-se às estrelas,
como se coladas ao céu por mãos de infância,
dando a impressão de dobrar além de Órion.
São Pedro esqueceu-se dos portões – no Paraíso
sentado aos pés de Bandeira,
entretecido com vossa Pasárgada.
Deus sustenta a eternidade nas mãos,
azar de quem apressou a colheita
– em tempos de semeadura,
eis o melhor a ser feito:
ouvidos ao rumor das ternuras,
olhos às espirais:
onde brotam-se constelações
de uma única palavra.