Vamos náufragos neste mundo à deriva
Envoltos na língua viperina do carrasco
Que nos decepa da alma a sua vontade
A carne que serpenteia ali e vai esquiva
Passa-se entre palavras doces e o asco
Na fome ou preconceito de mortandade
Este vento lento sopra-se leve nas asas
De mãos abertas feito de pecado moral
Olha-me nos dias contados de espinhos
Esses fogos nus de chãos já em brasas
Onde ecoa um velho suspiro de ar fatal
São vilões olhares sem dó, mesquinhos
Agora por cá ainda sinto cheiro à terra
Escondo lágrimas na chuva persistente
E ainda há espaço para acamar mortos
O tempo esquecido de si é nova guerra
Aquela que em vida mata toda a gente
O barco sem um rumo ou novos portos
A Poesia é o Bálsamo Harmonioso da Alma