como hoje é o dia do urso polar
falo de neve
e da cidade que fugiu ao saque dos lobos
tão forte o braço
da morte
brusco como uma manhã de sol frio
da neve, penso que o vento a levanta do chão em redemoinho
e das casas pilhadas
o urso branco as percorre com a ideia num horizonte ártico
na falta dos humanos
os lobos parados fixando as janelas sem ninguém
silêncio de neve
vento
silêncio de urso aproximando-se
voa um abutre nos céus escrevendo em vão para um orago morto de frio