Poemas : 

Tempestade Que Não Pede Permissão

 
Onde só quem escuta o silêncio
sabe que nunca estive ausente.
Sou presença na solidão das árvores,
e por razão alguma—
Recomponho o vento,
refaço destinos,
exilo-me dos nadas.
Amo o zumbido das abelhas,
carregam segredos nas asas.
Deixo os vendavais falarem em meu lugar,
abro o peito para fogueiras inomináveis,
engulo orações sem nome.
Faço da ausência um dilúvio,
sou a falha na arquitetura dos dias.
Fragmento de sol que corta a noite,
sombra e incêndio,
divido-me em luz e ruína.
Ressuscito a boca sem pedir clemência,
escorro entre frestas impenetráveis.
Reviso o silêncio até que grite,
desvio das veias do verbo,
crio atalhos no pulso.
Não caminho – precipito-me.
As mãos do relâmpago atravessam-me,
adormeço onde o tempo se dobra.


Bem-vindos ao meu refúgio, onde desvendo os mistérios da mente humana através da neurociência e da arte da palavra. Sou uma simples pessoa que, nas horas vagas, se torna escritora, explorando o mundo através da observação. Amante das artes e da diversi...

 
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paollalopez
 
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Enviado por Tópico
Barbozza
Publicado: 28/02/2025 23:30  Atualizado: 28/02/2025 23:30
Membro de honra
Usuário desde: 24/07/2009
Localidade: Brasil - Alagoas
Mensagens: 1723
 Re: Tempestade Que Não Pede Permissão
paollalopez , minha querida poeta, versos sentimental intenso, que, desabafa uma solidão presente, mas que na natureza buscar o seu último refúgio-, belo-, abraço.

Enviado por Tópico
MÁRIO52
Publicado: 01/03/2025 01:11  Atualizado: 01/03/2025 01:11
Participativo
Usuário desde: 24/02/2025
Localidade: PORTO-PORTUGAL
Mensagens: 39
 Re: Tempestade Que Não Pede Permissão
Poema intenso de grande reflexão interior. Onde o eu poético, se confronta com o outro eu existencial.
Gostei bastante, cara poetisa.
Abraço.

Mário Margaride