O verbo despiu-se silencioso
Os sedosos seios acariciados
Mais belos que nunca, puros
Arrepiados em olhar de gozo
Dois nus e doces, abraçados
Eram assim os dias púrpuros
A delicadeza com que voavas
Num abanar de asas inocente
Ziguezagueante como o olhar
A escrita poesia que cantavas
Que rimava com grito quente
A gente breve e onda de mar
O silêncio vestiu-se de verbo
E a vontade de crer e crescer
Tomada de assalto pela idade
Que nos deixa o corpo acerbo
A fome ainda criança de viver
Nessas mãos divas a vaidade
A Poesia é o Bálsamo Harmonioso da Alma