Poemas : 

o Começo

 
Começa

não vi o sólido segundo
nem um ainda, há pouco

sei,
que quando dei por mim,
por mim dei.

Foi acontecendo, gradualmente,
e
mui depressa.

Começa

e já sinto o aroma a fim;

apenas do meio perdi o sabor,
não lhe sei o gosto
nem a dor, ou o desgosto.

Começa um imprevisto sem horas,
para lá do planeado – plano inclinado,
mapa em branco
que
se destapa.

Viagem,
Eis-me.


Sou fiel ao ardor,
amo esta espécie de verão
que de longe me vem morrer às mãos
e juro que ao fazer da palavra
morada do silêncio
não há outra razão.

Eugénio de Andrade

Saibam que agradeço todos os comentários.
Por regra, não respondo.

 
Autor
Rogério Beça
 
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