A progenitura
contava sempre a mesma farsa,
decalcada dum alfabeto inventado.
Começava na conclusão,
como certos filmes suspensos,
o desenvolvimento armava-se
amiúde de “era uma vez”,
sempre que explicava como algo desapareceu.
Como o mal,
Como a dor,
Como o fim.
Como esta farsa.
Era uma vez…
Sou fiel ao ardor,
amo esta espécie de verão
que de longe me vem morrer às mãos
e juro que ao fazer da palavra
morada do silêncio
não há outra razão.
Eugénio de Andrade
Saibam que agradeço todos os comentários.
Por regra, não respondo.