Poemas : 

Era uma vez

 
A progenitura
contava sempre a mesma farsa,
decalcada dum alfabeto inventado.

Começava na conclusão,
como certos filmes suspensos,

o desenvolvimento armava-se
amiúde de “era uma vez”,
sempre que explicava como algo desapareceu.

Como o mal,
Como a dor,
Como o fim.

Como esta farsa.
Era uma vez…


Sou fiel ao ardor,
amo esta espécie de verão
que de longe me vem morrer às mãos
e juro que ao fazer da palavra
morada do silêncio
não há outra razão.

Eugénio de Andrade

Saibam que agradeço todos os comentários.
Por regra, não respondo.

 
Autor
Rogério Beça
 
Texto
Data
Leituras
80
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
2 pontos
0
1
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.