Poemas : 

Nostalgia I

 

Ao som deste piano,
Dedilhado por esses,
Dedos frágeis e quebradiços,
Que se arrastam sobre essas teclas,
Também já elas carcomidas pelo tempo.

Como se cada tecla premida,
Alivia-se a minha dor.

São momentos a solo,
São momentos de total embriagues,
São momentos de ressaca,
De azul e rosa,
São curtos momentos de esperança,
Ternura,
E plena paz.

Não,
Não vou desistir,
Estou farto de sentir,
O meu coração em brasa
Sinto-me depauperado
Por todas as memórias
Que já se desvaneceram.

Eu quero ir ao teu encontro,
Onde quer que estejas,
Não quero perder mais tempo,
Ainda que o tempo não espere,
Pelo final da melodia.

Podem-me roubar tudo,
O caminho que mais ninguém vê,
Inclusive o ar que respiro,
Mas nunca,
Nunca mesmo,
O meu amor,
E os meus sonhos,
Que são o meu,
Verdadeiro caminho,
Para ti!

Diogo Cosmo ∞
24-08-2024

 
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DiogoCosmo∞
 
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Enviado por Tópico
Alemtagus
Publicado: 08/02/2025 10:38  Atualizado: 08/02/2025 10:38
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 Re: Nostalgia I p/ DiogoCosmo∞
Li a Nostalgia IV, depois a Nostalgia I e fiquei curioso com o hiato que se fez entre elas, digo a II e a III. Esta última, quase uma declaração de suicídio físico das mãos do poeta, a primeira quase um pedido de eutanásia virtual, não das letras, mas sim do próprio dono delas.
A dor, terminal e lúcida, acompanha ambos e deixa nos espaços brancos da página a dúvida, a esperança e as perguntas sem resposta, tudo à espera do dia seguinte, traga ele o que trouxer.
Diria eu, leitor, que se pode alegrar o poeta, pois enquanto por aqui lhe aparecerem as palavras o dia de amanhã irá sempre perguntar pelo seguinte e esse, mais sábio, lembrará como foi ontem, a dor e a alegria.

Estou na espectativa, continue a surpreender-me